Drones for Good: Drones DJI auxiliam pesquisa para preservação da vida de leões

Notícias2019-03-25

Tecnologia permite que cientistas identifiquem leões por conta da facilidade de aproximação e captura de imagens detalhadas

Há diversas formas inovadoras e revolucionárias de utilizar os drones. Uma delas é em pesquisas e coletas de informações pois a tecnologia permite um mapeamento de alta precisão. A exemplo disso, Alex Braczkowski, biólogo e cinegrafista da vida selvagem, criou uma maneira inovadora de estudar o universo dos leões na África. Sua pesquisa tem como objetivo principal a contagem desses animais na fronteira entre os países de Uganda e Congo pois a espécie tem sido caçada em toda essa extensão – principalmente por meio de armadilhas, conflitos com criadores de gado e caça furtiva de suas presas.

Atualmente, estima-se que deve existir apenas 18 mil leões no continente africano. Porém, históricamente, as pesquisas realizadas foram muito imprecisas e não há dados que comprovem os números exatos. Antigamente, os pesquisadores utilizavam a técnica de “convocação” para averiguar a vida desses animais – processo na qual os leões são literalmente chamados para um veículo com uma isca de áudio, geralmente de um búfalo moribundo, e contados. O problema é que essas contagens fazem certas suposições sobre o quanto os leões podem ouvir e não levam em conta as diferenças no nível do habitat.

Iniciado em outubro de 2017, o projeto conta com o apoio financeiro de grupos como a National Geographic Society, a Scientific Exploration Society, a Siemiatkowski Foundation e a Rufford Foundation. Para obter dados precisos, Braczkowski conta não apenas com os leões, mas também seus bigodes. Cada impressão de bigode dos felinos é única, como uma impressão digital humana, permitindo-lhe compreender melhor e rastrear a saúde desses animais. Uma vez que muitos dos leões passam tempo no alto das árvores, Braczkowski tem usado como ferramenta para chegar perto o suficiente o drone DJI Mavic Pro. 

Assim, a identificação individual é um passo fundamental para o processo e permitindo, dessa forma, um acompanhamento anual e uma análise de como a alcateia muda e por quê.

Leões e Drones

Contar os leões africanos é uma das atividades mais desafiadoras para um biólogo da vida selvagem. Para isso, é necessário a aproximação já que os pesquisadores buscam algo chamado padrão de bigode. Assim como todo ser humano tem um conjunto único de impressões digitais, cada leão tem uma impressão de bigode exclusiva, como número e a disposição dos bigodes no rosto.

Os drones sobrevoam os animais facilitando a aproximação e capturando fotografias detalhadas. Desta maneira, com as imagens gravadas, é possível armazenar as informações individuais e rastreá-los à medida que envelhecem com o tempo. Após cada processo de identificação, as imagens são analisadas em uma estrutura de captura/recaptura, com base em alguns dos modelos estatísticos mais avançados, um framework Bayesiano. Para colocar isso em termos leigos, são capturadas muitas imagens que depois são divididas em contagem de bigodes.  Nos próximos anos, será utilizado um modelo estatístico para rastrear esses animais e ultrapassar o tamanho populacional da espécie com base em como eles se saem.

A parte complicada da captura dessa impressão é que os leões podem ser indescritíveis, ficar em habitats densos e desaparecer quando quiserem. Durante a filmagem do primeiro especial do pesquisador para a National Geographic, Braczkowski passou por diversos desafios, um dos maiores deles era encontrar os felinos, que por hábito de caça acabam passando horas em cima de árvores. Para o biólogo, o advento dos drones mudou tudo isso. “Posso me aproximar dos leões, mesmo nas árvores. Isso mantém ambas espécies, leões e humanos, muito mais seguros. O drone se tornou uma ferramenta importante para obter os padrões de manchas dos leões que eu preciso para meu trabalho”, explica.  Além disso, uma importante preocupação do pesquisador é não pertubar a vida dos animais. Depois de algumas sessões simples de habituação, onde o drone era voado a 40 metros de distância dos leões para acostumá-los ao barulho, foi posssível chegar a poucos metros deles sem perturbá-los. “Como cientistas, temos a constante atenção em não incomodar a vida deles, já que nossa pesquisa é vital para compreendê-los e protegê-los”, finaliza Braczkowski.